O LIVRO DE AGEU COMENTADO

 

O LIVRO DE AGEU

 

           

 

 

 

UM PROFETA DA RESTAURAÇÃO

 

 

               

 

               

 

 

 

 

                                       COMENTÁRIO DE RIOLANDO CARLOS DE BARROS

 

O PROFETA

 

Não há maiores informações a respeito de Ageu, a não ser aquelas contidas no cabeçário de seus pronunciamentos (1:1; 2:1, 10, 20) e em Esdras 5:1; 6:14, atestando que ele era profeta de Deus e contemporâneo do profeta Zacarias. Ambos atuaram no período da restauração, que abrange desde 538 A.C. quando o rei Ciro da Pérsia, depois de conquistar a Babilônia, autorizou o retorno dos judeus para a Judéia, a fim de edificarem ao “Senhor Deus do céu” uma casa em Jerusalém (Esdras 1:1-11), período que vai até a conclusão da obra, que ocorreu no sexto ano do rei Dario, em 516 A.C. (Esdras 6:15). Ageu profetizou entre o primeiro dia do sexto mês até o dia 24 do nono mês, do segundo ano do rei Dario, época que corresponde ao fim de agosto e meio de setembro do nosso calendário, mas em 520 A.C., no segundo ano do rei Dario.

O nome Haggai no Hebraico, Aggaios na Septuaginta, e Aggaeus na Vulgata Latina significa “festivo”. Não se sabe se ele teria nascido em época de festas, ou se foram seus pais que festejaram o seu nascimento. O que se pode afirmar é que ele teve a alegria de ver acatadas as suas exortações imediatamente, ao contrário de Jeremias, cujas palavras nunca tiveram a devida repercussão (cf Jeremias 8:18-22; 9:1-2; 13:17; 15:10; 20:14-18).

Essas profecias de Ageu e as de Zacarias, do capítulo 1 ao 8, foram dirigidas aos primeiros exilados que voltaram da Babilônia com Zorobabel, após o benevolente decreto do rei Ciro da Pérsia em 538 A.C. (cf II Crônicas 36:22-23; Esdras 1:1-4). Ageu e Zacarias provavelmente nasceram na Babilônia e vieram nessa primeira leva de repatriados, quando ainda eram muito jovens. Não é descartada a hipótese de que eles tiveram conhecimento do profeta Daniel no cativeiro. Eles devem ter tomado consciência da negligência do governador Zorobabel, do sumo-sacerdote Josué e do povo em geral, durante dezoito anos em que a obra do Templo não progrediu. Quando eles adquiriram discernimento do fato, o Senhor os chamou parra levarem a Sua palavra de repreensão e despertamento para a retomada dos serviços de restauração da casa de Deus