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O LIVRO DE AGEU SEGUNDA PROFECIA

Segunda profecia (Ageu 2:1-9)

 

A segunda mensagem que Ageu recebeu do Senhor para ser transmitida a Zorobabel, a Josué e ao povo em geral foi uma mensagem de encorajamento para prosseguirem na obra de reconstrução do Templo, e também uma mensagem de esperança a respeito da glória desta segunda casa, que será maior do que a da primeira, apesar de que poderia parecer o contrário.

 

V.1 - No segundo ano do rei Dario, no sétimo mês, ao vigésimo primeiro do mês,

        veio a palavra do SENHOR por intermédio do profeta Ageu, dizendo:

V.2 - Fala, agora, a Zorobabel, filho de Salatiel, governador de Judá, e a Josué,

        filho de Jozadaque, o sumo sacerdote, e ao resto do povo, dizendo:

 V.3 - Quem dentre vós, que tenha sobrevivido, contemplou esta casa na sua

        primeira glória? E como a vedes agora? Não é ela como nada aos vossos olhos?

V.4 - Ora, pois, sê forte, Zorobabel, diz o SENHOR, e sê forte, Josué, filho de

        Jozadaque, o sumo sacerdote, e tu, todo o povo da terra, sê forte, diz o

         Senhor, e trabalhai; porque eu sou convosco, diz o Senhor dos exércitos,

V.5 - segundo a palavra da aliança que fiz convosco, quando saístes do Egito.O

        meu Espírito habita no meio de vós; não temais.

 

Esta mensagem chegou no dia vinte e um do sétimo mês, nos últimos dias da Festa dos Tabernáculos (cf Levítico 23:39-44; cp João 7:37ss), portanto, menos de um mês após a primeira, ambas no segundo ano do rei Dario, e o povo já estava trabalhando na restauração do Templo, desde o dia vinte e quatro do sexta mês.

O V.3 refere-se a pessoas que estavam trabalhando na obra e que, possivelmente, conheceram o Templo de Salomão, em seu esplendor, antes de ter sido destruído pelos exércitos de Nabucodonosor no ano 586 A.C. A promessa implícita nesta profecia é que, apesar da aparência, esta casa ultrapassaria em glória aquela que foi destruída (cf V.9).

Os Vs 4 e 5, portanto, são um estímulo à continuidade dos trabalhos de restauração, com a garantia de que o Senhor estará com eles, do mesmo modo que Ele esteve com o povo, segundo a aliança feita quando da saída do Egito        (cf Êxodo 33:12-16, ênfase no V.14).

É importante notar que nesta mensagem de encorajamento o profeta inspirado usa três vezes a expressão “Sê forte”, para Zorobabel, para Josué, o sumo-sacerdote e para o povo. Isto faz lembrar o que Deus falou a Josué, “Sê forte e corajoso”, antes de tomar posse da Terra Prometida (cf Josué 1:6, 7, 9).

 

V.6 - Pois assim diz o SENHOR dos Exércitos: Ainda uma vez, dentro em pouco,

        farei abalar o céu, a terra, o mar e a terra seca;

V.7 - farei abalar todas as nações, e as coisas preciosas de todas as nações virão,

        e encherei de glória esta casa, diz o SENHOR dos Exércitos.

V.8 - Minha é a prata, meu é o ouro, diz o SENHOR dos Exércitos.

V.9 - A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o SENHOR

        dos Exércitos; e, neste lugar, darei a paz, diz o SENHOR dos Exércitos.

 

Esta passagem trata, sem dúvida nenhuma, do chamamento dos gentios e, a partir de agora, a profecia assume um significado espiritual, porque a referência “à última casa”, no V.9, não a identifica com o novo Templo a ser construído no lugar do primeiro (Templo de Salomão), mas identifica-a com a igreja de Cristo, que será construída de judeus e de gentios, pela obra redentora do Messias, através da qual o Pai e o Filho são glorificados (cf João 17:1, 4, 5; Efésios 2:21-22).

A glória do segundo Templo está relacionada em grande medida, com a habitação do Espírito na igreja, que é o verdadeiro Templo de Deus (Efésios 2:22). Esta habitação de Deus no homem interior é o ponto mais elevado e mais desejado pelo Redentor da humanidade, no Seu propósito de salvação (Efésios 3:14-19).

O abalo anunciado por Deus no V.6 refere-se à chegada do Reino de Deus e o seu estabelecimento na Terra a partir de Pentecoste, fato confirmado em Hebreus 12:26-29 (Daniel 2:35; 7:13-14).

Miquéias 4:1-5 fala da posição gloriosa que assumirá “a casa do Senhor” nos últimos dias, isto é, após a vinda de Cristo, e da importância dos ensinos que procedem de Jerusalém para os povos que para lá afluirão. No V.3 Miquéias fala do alcance da doutrina e da transformação que ela produzirá entre os gentios, e no V.4 ele fala do descanso e da paz que resultará desses acontecimentos (Miquéias 5:5; Ageu 2:9). No capítulo 5, Vs. 2-5 Miquéias identifica o Messias como o autor dessa transformação, aquele que governará com firmeza e segurança, que será engrandecido até os confins da Terra e será a nossa paz (cf Isaías 57:19). Efésios 2:11-22 descreve a situação dos gentios antes de conhecer Cristo, e depois de tê-lo conhecido.

Quando Ageu diz, no V.7: “...as cousas preciosas de todas as nações virão e encherei de glória esta casa, diz o Senhor dos exércitos”, ele está falando das almas redimidas dos gentios que, para Deus, “serão particular tesouro naquele dia que preparei, diz o Senhor” (Malaquias 3:17; cf Tiago 1:18).

A paz prometida por Deus no V.9 é a paz de Cristo, porque Ele é a nossa paz (Efésios 2:14; cf João 14:27).

O abalo predito por Ageu no V.6, por palavra do Senhor dos Exércitos, começou com pequenos movimentos, antes de Jesus nascer, foi crescendo durante o Seu ministério, e prossegue nos dias de hoje. Os céus começaram a movimentar-se com a manifestação de anjos, anunciando o nascimento de João Batista (Lucas 1:11ss) e o nascimento de Jesus (Lucas 1:26ss; Mateus 1:20ss). Após o nascimento, com anjos em quantidade nunca vista na história bíblica; com a visita dos magos, guiados por uma estrela (Mateus 2:1ss). A profecia de Simeão na ocasião da apresentação do menino no Templo previa cousas que se confirmaram no Seu ministério, como a ruína e o levantamento de muitos em Israel, bem como as contradições que surgiriam em torno da Sua pessoa (João 7:25-27, 45-52; 10:19-21; 11:45-46; 12:42-43), em torno da igreja, seja pela expansão do Evangelho pelo ministérios dos apóstolos, destacando-se Paulo entre os gentios (Atos 26:15-18), seja pelas perseguições sofridas por parte dos imperadores romanos. A própria destruição de Jerusalém pelo general Tito no ano 70 D.C. é expressão da ira de Deus que, não somente abalou, mas pôs fim ao estado judeu (Lucas 21:20-24). Mas um abalo foi anunciado por Jesus em João 12:20-24 quando ele diz: “É chegada a hora de ser glorificado o Filho do homem”. Isto significa que o mundo gentílico representado por aqueles gregos que queriam vê-lo, haveria de reconhecê-lO, após a Sua morte (João 12:32), evidentemente pela obra missionária da igreja. Portanto, a igreja não pode perder de vista a sua meta de abalar o mundo com a pregação do Evangelho, como foi nos dias dos apóstolos (cf Atos 5:27-32; 17:6).