MENSAGEM Nº 55

TEMA: CHANTAGEM ESPIRITUAL

 

 A fé é um recurso por meio do qual é possível dirigir um indivíduo e até mesmo controlar uma grande população. Este fenômeno é conhecido há muito tempo pelos sociólogos e por aqueles que trabalham com multidões. A propósito, um dos mentores da Revolução Comunista que aconteceu na Rússia no século passado (1917) dizia: “A Religião é o ópio dos povos”. Porém os comunistas nunca se utilizaram da fé para manipular as massas porque eles são ateus e renegam qualquer tipo de expressão religiosa. Mas aqui no Brasil, em época de eleições, os políticos mais sagazes correm em busca de apoio dos pastores das grandes Igrejas e se apresentam como “religiosos”, visando ser recomendados aos fiéis daquelas comunidades. Nós, porém, não cuidamos de religião, mas da Revelação de Deus no Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Por isso temos a obrigação de  dirigir o povo eleito, pela direção do Espírito Santo e da Palavra, a fim de garantir-lhe um procedimento justo e seguro, sem forçá-lo a fazer aquilo que não é autorizado por Deus.

A área da contribuição é aquela em que mais se revela a argúcia de certos pastores no sentido de coagir as ovelhas de seus rebanhos a contribuírem sempre mais e mais. Alguns deles agem como se estivessem num leilão: “Quem tem fé para dar Mil Reais?” “Quem tem fé para dar Quinhentos Reais?” e assim por diante, vão abaixando o valor da fé até Cinco Reias e Um Real. Depois é lançado o desafio do propósito ou da promessa de fé, uma contribuição mensal, visando aquelas pessoas que não dispõem de rendimento sustentável para garantir os recursos necessários no futuro. O argumento apresentado é sempre o mesmo: “Deus proverá!” É bem verdade que isto acontece algumas vezes. Mas eles não podem garantir isso sempre, pois eles não conhecem o tipo de fé de cada um que eles convencem a fazer o propósito. Convencimento não é fé! Então, como podem garantir que Deus honrará o compromisso que eles forjam na mente das pessoas? Quem conhece toda justiça de Deus para afirmar categoricamente que Ele vai fazer isto ou aquilo? Lembre-se do caso do Velho Profeta e do Jovem Homem de Deus do Velho Testamento. O Velho Profeta enganou o Jovem Profeta, Homem de Deus, induzindo-o a agir contra a Palavra de Deus que viera para este. O Jovem Profeta foi convencido e desobedeceu, pensando que estava obedecendo. Mesmo assim foi castigado de morte. Leia este caso inaudito em 1º Reis 13:1-32.

Ninguém deve fazer o papel de Velho Profeta, induzindo as ovelhas a desobedecerem a Palavra do Espírito que fala sobre ofertas em 2º Corintios 8:12 “...se há boa vontade (para contribuir) será aceita conforme o que o homem tem e não segundo o que ele não tem”, e ainda: “Cada um contribua...não por tristeza ou constrangimento porque Deus ama a quem contribui com alegria” (2º Corintios 9:7). A viúva pobre deu “tudo quanto tinha” (Marcos 12:44) e não o que não tinha.

Explorar a fé das pessoas pode dar grandes resultados financeiros, como escreve o apóstolo Paulo em 1º Timóteo 6:6 “... grande fonte de lucro é a piedade...”, mas é uma leviandade muito grande por ser totalmente contra a Palavra de Deus. Os “Velhos Profetas” serão punidos com rigor, mais do que o Jovem Homem de Deus que foi enganado. O povo de Deus não deve ser submetido a constrangimento desta ordem porque “onde está o Espírito do Senhor, ai há liberdade” (2º Coríntios 3:17).

Finalmente, não é forçando as ovelhas a contribuírem além das suas posses que se faz crescer a igreja de Cristo. Desta maneira é possível fazer crescer uma denominação ou os seus projetos humanos, mas o reino de Deus cresce no Poder do Espírito, quando a Palavra é semeada e cultivada corretamente. Se você não crê nisto leia atentamente o livro de Atos. Se mesmo assim não crer, veja a sua condenação em Mateus 7:22-23.

“Vivei acima de tudo por modo digno do Evangelho de Cristo...” (Filipenses 1:27).